A pesquisadora de pós-doutorado do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo da Universidade de Oxford, Camila Mont’Alverne, foi a convidada especial da reunião do Grupo de Pesquisa Comunicação Política e Sociedade (COPS), da última terça-feira (24/11). Na ocasião, ela falou sobre o estudo realizado com a vice-coordenadora do COPS, Isabele Mitozo, a respeito de notícias compartilhadas em grupos de WhatsApp por apoiadores de presidenciáveis nas eleições de 2018. “Esse artigo deixa claro a força do YouTube, mas deixa claro também, algo como um deslocamento de visibilidade das fontes de informação, sendo predominantemente as fontes formais do jornalismo tradicional e passando a ser de forma majoritária fontes de informação de mídias sociais que não passam por filtros editoriais, por controles”, afirma.
Segundo a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFMA, Luana Fonseca Silva, o trabalho dessas pesquisadoras lhe inspirou em seu projeto de dissertação. “Eu vejo a importância de se olhar para outros meios, já que eu acredito que tem tantos trabalhos que já coletam o Twitter há muito tempo, e o Facebook também há alguns anos. Então, olhar outras perspectivas e em outras plataformas é muito importante já que a gente sabe que o WhatsApp teve uma predominância muito grande nas eleições de 2018”, ressalta.
Nos dados coletados pelas pesquisadoras, viu-se uma predominância no compartilhamento de links provenientes de plataformas do YouTube, o que chamou a atenção de Luana, a qual afirmou ter consciência de que existem diferenças entre campanhas presidenciais e municipais. Em sua coleta de dados sobre as eleições recentes de 2020, ela destaca não ter identificado links direcionados ao YouTube.
A jornalista Daniele Silva, integrante do COPS desde 2016, observou o poder de alcance que esta plataforma possui, bem como a acessibilidade, já que tanto jovens como idosos conseguem utilizá-la. “É muito interessante pensar no YouTube, porque ele acaba concorrendo com o jornalismo, com os meios de comunicação mais tradicionais, é uma ferramenta muito poderosa e que chega à muita gente, incluindo quem não tem tanto acesso a jornais tradicionais da sua cidade”, conclui.
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