Na reunião semanal realizada na terça-feira (17/11), o Grupo de Pesquisa Comunicação Política e Sociedade (COPS), da UFMA, recebeu Érica Anita Baptista Silva, pós-doutoranda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutora em Ciência Política pela mesma instituição e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Mídia e Esfera Pública (EME) e do Grupo de Opinião Pública, ambos sediados na UFMG. Na ocasião, ela falou sobre pesquisas de opinião pública e a importância de utilizar o método adequado ao objetivo da análise.

No que diz respeito ao conceito de opinião pública, a pesquisadora diz ter uma visão realista sobre o problema dessa terminologia. “Confunde totalmente essa ideia que é pregada aí de que a opinião pública é a opinião de todos, todo mundo chegou em um consenso de uma opinião, e a opinião é pública de todo mundo”, diz ela. O integrante do COPS, Joilson Barros, problematizou a metodologia sobre pesquisas de opinião. “Ninguém tem uma opinião pública consolidada. Até aquele momento da pesquisa as pessoas têm uma opinião, mas depois podem mudar”, avalia.

Érica desenvolve pesquisas nas áreas de comunicação política, opinião pública, marketing e propaganda política, internet e política, comportamento político e eleitoral. Na pesquisa de 2010 realizada pelo Grupo de Opinião Pública sobre Juventude, Participação e o Voto, houve um resultado diferente do que existia na literatura sobre aspectos religiosos dentro da faixa etária incluída na pesquisa. Ficou constatado que os valores conservadores já estavam presentes dentre esse grupo. “A literatura mostra que o jovem nessa faixa etária de 18 a 25 anos, não é característico ter um apego tão grande assim a religião, tende a ser um jovem mais questionador, mais provocativo, então, isso de cara já chamou muito a nossa atenção”, revela a pesquisadora, que aponta, ainda, que existem semelhanças com dados levantados em 2019.

Outro dado presente na pesquisa diz respeito à crise de representação partidária, pois 65% dos entrevistados acreditam que os partidos não se interessam pelas opiniões das pessoas.Se os partidos não se interessam pelo que o povo pensa, então cadê a representação? Aí tudo perde o sentido, voto perde o sentido, confiar nos políticos perde o sentido, ser partidário perde o sentido e participar de algum movimento político também”, afirma, dando ênfase que isso afeta diretamente a democracia.