A reunião do Grupo de Pesquisa Comunicação Política e Sociedade (COPS), da UFMA, desta semana (01/12/2020), contou com a participação especial do Dr. Camilo Aggio. Ele é professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social na mesma instituição. Além de pesquisador associado ao Instituto Nacional de Ciência & Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e ao Centro de Estudos Avançados em Democracia Digital e Governo Eletrônico (CEADD). Na ocasião, ele discutiu sobre o conceito de populismo e apresentou resultados de suas pesquisas. “Sim, Jair Bolsonaro e suas muitas dimensões o caracterizam como uma personalidade política, inclusive antes de uma liderança, como populista”, afirma o pesquisador.
O texto utilizado como base da discussão foi produzido por Camilo Aggio e Felipe Castro, cujo título é, “MEU PARTIDO É O POVO”: Uma proposta teórico-metodológica para o estudo do populismo como fórmula de comunicação política seguida de estudo de caso do perfil de Jair Bolsonaro no Twitter. “Então assim, o populismo de Bolsonaro, segundo pelo menos a nossa proposta aqui analítica e conceitual, ela se deu em outros lugares. Muito menos no Twitter do que em outros lugares”, diz Camilo. Para ele, o mesmo se deu com mais intensidade em manifestações públicas, como programas de entrevistas, por exemplo.
Segundo a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFMA, Luana Fonseca Silva, nas campanhas municipais de Imperatriz muitos candidatos se utilizaram da imagem do presidente Jair Bolsonaro, bem como das idéias de patriotismo como forma de atrair votos para si. “E também uma coisa que eu fiquei bastante impressionada é justamente como a questão do discurso comunista pegou aqui em Imperatriz, porque muita gente preferiu votar no Assis para não votar no Marco Aurélio com medo de Imperatriz virar uma Venezuela”, afirma.
Camilo destaca que o Brasil é um país homofóbico, sexista, misógino, racista e também é um país profundamente conservador. Segundo ele, esse conservadorismo é manifestado com mais intensidade no interior do que nas capitais. Esta característica fez com que Bolsonaro adquirisse êxito em sua campanha, haja vista que ele conseguiu converter uma disputa política em disputa moral. “O fenômeno Bolsonaro, como um fenômeno público, político, é um fenômeno profundamente moral”, conclui.
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